domingo, 28 de junho de 2009

O EU profundo e os outros Eus



NA FLORESTA DO ALHEAMENTO

"No nosso jardim havia flores de todas as belezas. . . rosas
de contornos enrolados, lírios de um branco amarelecendo-se,
papoulas que seriam ocultas se o seu rubro lhes não espreitasse
presença, violetas pouco na margem tufada dos canteiros miosótis
mínimos, camélias estéreis de perfume. . . E, pasmados por cima
de ervas altas, olhos, os girassóis isolados fitavam-nos grandemente.
Nós roçávamos a alma toda vista pelo frescor visível dos
musgos e tínhamos, ao passar pelas palmeiras, a intuição esguia
de outras terras. . ."
Fernando Pessoa 11/12 outubro, 1913 (foto minha)

3 comentários:

isabel disse...

"Carvalhos cheios de séculos nodosos faziam tropeçar os nossos pés nos tentáculos mortos das suas raízes. . . Plátanos estacavam..."(Fernando Pessoa)
Fizeste-me lembrar uma música que também fala de flores, pássaros e peixes mas com uma conotação ecológica.
Baci

Carolina disse...

lindo o texto do nosso F. Pessoa.
Boa escolha!
;)

Jelicopedres disse...

Tenho tanto ainda para ler, Lena.
Não conhecia esta,
"Floresta do Alheamento", de Fernando Pessoa.
- A foto, não fizeste no Picasa.
O que utilizaste?
Está linda!
beijinho ;)